terça-feira, 24 de novembro de 2009
Ressonâncias
No dia 24 de outubro chegamos ao final do processo de criação do projeto Zona de Risco. Essa criação evoluiu para um formato a partir de materiais já-prontos trazidos por cada grupo, da convivência entre os artistas e da dinâmica imprevisível das apresentações aos sábados.
O ZR resultou num trabalho criado a partir da articulação não-hierarquizada entre diversas linguagens artísticas. Elementos organizados por seleção, justaposição e/ ou combinação entraram em relação, tornando o trabalho cada vez mais orgânico. Ainda que mantendo uma estética da fragmentação, as linguagens se integraram em alguns momentos de fusão no tempo-espaço do agora-aqui da apresentação.
Como numa exposição/ instalação, o público podia acompanhar um percurso ou passear pelo espaço, concentrando-se em focos que se espalhavam mais ou menos aleatoriamente, desorientando-o e obrigando-o ao questionamento e estimulando seus sentidos. Nesse ambiente performático, o espectador (ou seria melhor dizer interlocutor?) observava e era observado. Sua presença e movimentação podia despertar ações e intervenções. Todos estavam expostos e vulneráveis a uma potencial atuação.
Essa estrutura não se enrijeceu ao longo do processo. Ela manteve-se aberta, pronta para acolher novas interferências e experimentações a cada sessão. O processo não se enrijeceu, mas chegou a um ponto em que as diversas colaborações formaram uma composição não-hierárquica em que cada linguagem se expressava de maneira autônoma, entrando em fusão em alguns momentos. Pode-se dizer que uma peça híbrida combina momentos de autonomia de linguagens heterogêneas e de organicidade ao mesmo tempo? Pois é essa a impressão que dá o resultado das experimentações dessa primeira edição do projeto Zona de Risco.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Ressonâncias
Os sentidos atacados por todos os lados, racional e sensorialmente, através da visão e da audição. Pequenas explosões de luz, som e imagem redirecionam constantemente a atenção, projetando-se sobre os corpos e pelo espaço.
Fotos: João Mussolin, 24/10
Cenas de fronteira
Fotos: João Mussolin, 24/10
Foto: Carlos Rennó, 12/09
Em sua mobilidade e plasticidade, através de movimentos não-cotidianos, atores e bailarinos têm o dom de criar novas obras a partir de seus repertórios de palavras e técnicas corporais.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
A estética do risco
Na época da racionalização, do ideal do cálculo, da generalizada racionalidade do mercado, cabe ao teatro o papel de, por meio de uma estética do risco, lidar com afetos extremos, que sempre incluem a possibilidade da dolorosa quebra do tabu. Essa quebra ocorre quando os espectadores são expostos ao problema de reagir àquilo que se passa diante deles de modo que não mais exista a distância segura que parece garantir a diferença estética entre a sala e o palco. Justamente essa realidade do teatro, o fato de que ele pode brincar com tais limites, o predestina a atos e ações nos quais não se formula uma realidade “ética” ou mesmo uma tese ética; antes, surge uma situação na qual o espectador é confrontado com o medo abissal, com a vergonha e também com a irrupção da agressividade. (...) Faz parte da concepção do teatro engendrar um terror, uma violação de sentimentos, uma desorientação que, por meio de procedimentos supostamente “amorais”, “antissociais”, “cínicos”, faça o espectador se deparar com sua própria presença sem tirar dele o humor, o choque do reconhecimento, a dor, a diversão, que são os motivos pelos quais nos encontramos no teatro. (Hans-Thies Lehmann, O Teatro Pós-Dramático, CosacNaify, 2007, p. 427)
Fotos: Silvano, 19/09
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Prorrogação!!!
As sessões ZR continuarão acontecendo em outubro, aos sábados, e estão invadindo cada vez mais a Zona de Fronteira entre espectadores e atores na criação de uma "obra de arte viva", como diria Adolphe Appia. O projeto ZR também traz, este mês, às quintas-feiras, experimentações musicais e imagéticas com o duo Müvi.
Venham conferir!
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Todos na Zona Franca
Rodrigo Araújo, Ana Maria Rebouças (curadora interdisciplinar CCSP), Maurício de Oliveira, Marcos Azevedo, Beto Mattos, Ricardo Carioba na fogueira das verdades.
Na arquibancada, acima, Fábíola Salles (Grupo de Reflexão Interdisciplinar), Fernando Oliva (diretor da Divisão de Curadoria e Programação CCSP); abaixo, Maria Olímpia Vassão, Francisco Coellho, Alexandra Itacarambi, Sebastião Milaré, curadores de artes plásticas, música, dança e teatro, respectivamente.
Sebastião Milaré falou: A coisa mais importante é o processo. Houve um psicodrama? Então vamos ver se no próximo a gente consegue chegar ao nível da discussão sobre os conteúdos e sobre as consequencias de um projeto como esse, porque com isso estaríamos ajudando muito a continuidade desse projeto.
Fotos: Sônia Parma (1, 2, 19, 20)
Imagens vídeo: equipe CCSP
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Zona franca
Documentação das conversas com os grupos participantes do Zona de Risco, após a apresentação de seus espetáculos.
Conversa com os integrantes do BijaRi (Gustavo Godoy, Rodrigo Araújo, Eduardo Fernandes, Maurício Brandão), com a presença da curadora do projeto ZR, Ana Maria Rebouças, e conduzida pela curadora de artes plásticas do CCSP, Maria Olímpia Vassão.
Foto: Carlos Rennó, 15/09
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Conversa com a Cia. Maurício de Oliveira & Siameses, conduzida pela curadora de dança do CCSP, Alexandra Itacarambi.
Foto: Carlos Rennó, 16/09
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Ana Maria Rebouças (curadora), Francisco Coelho (curador de música do CCSP), Muepetmo e Carioba (Müvi), Carlos Issa (músico convidado)
Imagens vídeo: Celso, 17/09
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Conversa com a Cia. Phila 7 (Rubens Velloso, Beto Mattos, Mirella Brandi, Marcos Azevedo), conduzida pelo curador de teatro do CCSP, Sebastião Milaré.
Imagens vídeo, 18/09
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