Existem países, cidades, continentes, planetas, universos “sem lugar”, os quais seria impossível encontrar num mapa, e histórias sem cronologia. Esses lugares, esses tempos, nascem na cabeça dos homens, nas suas narrativas, nos seus sonhos, no vazio de seus corações. São a doçura das utopias. Mas eu acredito que existem em todas as sociedades algumas utopias que ocupam um lugar real, um lugar que podemos situar num mapa, que têm um tempo determinado, um tempo que podemos fixar e medir segundo o calendário de todos os dias. É bem provável que cada grupo humano recorta no espaço onde está lugares utópicos e recorta no tempo momentos “ucronicos”. O que quero dizer é que nós não vivemos num espaço e num tempo neutro e branco. Não vivemos, não morremos, não amamos no retângulo de uma folha de papel. Vivemos, morremos, amamos num espaço esquadrinhado, recortado, desenhado, com zonas claras e escuras, com diferenças de níveis, com escadas, portas, penetráveis e impenetráveis.
Imagem: Ricardo CariobaMais trechos AQUI.
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