sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Wetudo - Desesperando Godot: dias 11, 18 e 25 de setembro





Imagens vídeo

V - Sabia que em algum momento chegaríamos.
S - Onde?
V - Aonde chegaremos.
S - Quando?
V - Quando estivermos aqui e lá.
S - Ao mesmo tempo?
V - Ao mesmo tempo.
Juntos - ao mesmo tempo.
(pausa)
V - A noite está linda. Todos podem ver a lua, se quiserem.
S - Não precisa pedir permissão.
V - É uma conquista.
S - É o que persiste
V - Apesar de nós
S - Vamos caminhar um pouco.
V - Até a beira do precipício. Lá não estaremos sós.
S - Já que não conseguimos ficar quietos
V - E depois, outra vez o dia.
(Pausa.)
S - O que faremos, o que faremos?
V - Vamos salvar tudo, de tempos em tempos, por precaução. Finalmente seremos salvos...
S - E quem salva a gente? Estou de saco cheio das mesmas respostas.
V - Pensa. Todo mundo que pensa... Que pensa que é parecido com a gente.
S - O que temos que fazer então?
S - Nós temos tudo a fazer!
(silêncio)
V - Vamos precisar de botas novas...
(Saem)

Final do texto teatral Wetudo - Desesperando Godot, de Rubens Velloso, Beto Matos e Marcos Azevedo, a partir de Esperando Godot, de Samuel Beckett. A peça resgata Vladimir e Estragon do universo beckettiano com uma leitura brechtiana: Vladimir e Estragon resolvem sair da inação, ir de encontro à humanidade, dispostos a agir mesmo que não saibam exatamente como, mas acreditando na potência do conceito de heterotopia.





Fotos: Sônia Parma







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